LA SORTIEA SAÍDASiegfried A. Fruhauf, 1998 Austria,
EXP , 00:06:00 , BWO primeiro filme da história do cinema mostra trabalhadores a saírem de uma fábrica. O título desta obra de 50 segundos de duração, e que é um legado dos irmãos Lumière, é La Sortie des Ouvriers de l´Usine.
Existem três versões conhecidas desta obra. Muito do charme especificamente mecânico da era industrial reside no hardware e software da "máquina" cinematográfica. De certa forma, é um paradoxo que os irmãos Lumière tivessem começado a história do cinema com trabalhadores a saírem de uma fábrica em vez de darem o lugar de honra ao trabalho que estes executavam nas linhas de montagem. Mais de cem anos depois, Siegfried A. Fruhauf fez uma quarta versão de La Sortie des Ouvriers de l´Usine. Esta versão castiga de forma severa a ironia inconsciente dos filmes dos irmãos Lumière. Fruhauf precisa de seis minutos para analisar o destino actual do sector industrial. Temos 14 trabalhadores - cinco no eixo vertical e os restantes a cruzarem em segundo plano o eixo horizontal. Os seus movimentos formam uma cruz - um símbolo da morte num ballet mecânico.
A imagem inicial é transformada em superfícies quase abstractas a preto e branco, presas, como Sísifo, a uma dança lunática de repetição. Fruhauf aumenta a aceleração dos trabalhadores que caminham energicamente, fazendo-o passo a passo até atingiram a velocidade máxima - a capacidade do filme testada até ao limite superior - até não poder mais.
A aceleração máxima conduz à estagnação - após a aceleração que percorre todo o filme chega a sua consequência lógica - o último frame - o freeze frame. Nada mais pode acontecer. O modelo de progresso chega ao colapso (literalmente). E no seu lugar surge a paralisia. Um beco. Os trabalhadores ficam estáticos e com eles também a fábrica. Rien ne va plus. (Peter Tscherkassky)