Os selecionados para as competições Internacional, Experimental e Curtinhas do 23.º Curtas Vila do Conde já foram divulgados. A selecção oficial pode ser consultada aqui.
Uma vez mais, o Festival será a montra priveligiada da mais recente produção nacional e internacional de curtas-metragens. As competições proporcionam as sessões mais diversificadas e concorridas do Festival com filmes de inegável qualidade que também nos monstram o estado atual do mundo.
De 4 a 12 de julho de 2015, o Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema regressa para mais uma edição! Durante nove intensos dias Vila do Conde será, uma vez mais, a capital portuguesa do cinema e o ponto de encontro entre realizadores, produtores, jornalistas e entusiastas da 7ª arte.
À semelhança dos últimos anos, convidamos todos os comerciantes da região a juntarem-se a esta grande celebração do cinema através do tradicional concurso Curt’as Montras, que procura envolver toda a cidade no espírito do Curtas, incentivando a decoração das montras dos estabelecimentos comerciais com elementos ligados ao Festival.
O vencedor do Curt’as Montras será escolhido por um júri, convidado pela organização, e anunciado na sessão de encerramento do Festival, a 12 de julho. O prémio será um fim-de-semana num hotel a anunciar brevemente.
Todos os participantes receberão um convite para as cerimónias de abertura e de encerramento da 23ª edição do Curtas Vila do Conde.
A inscrição é gratuita e poderá ser realizada até ao dia 3 de julho, a data limite para conclusão da montra. O resultado final deverá ser exposto entre 4 e 12 de julho de 2015.
A recolha e seleção dos elementos a expor é da responsabilidade dos participantes, podendo a organização fornecer o material de comunicação do Festival como, por exemplo, cartazes e desdobráveis.
A decoração das montras ficará a cargo de cada estabelecimento e a única regra é a criatividade! As lojas com artigos para crianças poderão concorrer com elementos dedicados à secção infantil do Festival: o Curtinhas, cuja mascote é um elefante.
A edição de 2014 deste concurso contou com a participação uma dezena de estabelecimentos, tendo sido a montra da Farmácia Vital a vencedora. O prémio consistiu em duas noites, para duas pessoas, num dos hotéis à escolha: o Douro River Hotel & Spa (Lamego) ou a Herdade Lago Real (Mira), com pequeno almoço incluído.
Inscrições: info@curtas.pt / T +351 252 638027
No 23º Curtas Vila do Conde, a secção In Focus apresenta uma retrospetiva do realizador francês Quentin Dupieux, isto é, o músico Mr. Oizo. Autor de uma obra recente – 5 longas, 1 média e 1 curta-metragem – Dupieux tem um estilo muito particular, articulando a tradição do cinema de autor europeu com o cinema de géneros americano (especialmente o slasher e o filme juvenil).
É também um cineasta com um humor sofisticado que reflete sobre o estatuto do cinema no mundo contemporâneo. Tudo isto a partir de obras cuja história está no limite do absurdo, como explícito no grande protagonista de “Rubber”: um pneu assassino. Para além de “Rubber” (Cannes 2010), serão exibidos os seus filmes mais recentes: “Wrong”, “Wrong Cops” (ambos presentes em Sundance, em 2012 e 2013, respetivamente) e a estreia nacional de “Reality”, que esteve no Festival de Veneza em 2014.
Depois de Lisboa e Braga, Vila do Conde prepara-se para receber o aguardado espetáculo "Paulo" com música da banda Sensible Soccers e imagens manipuladas ao vivo pela artista visual Laetitia Morais: a 30 de junho, às 22:00, no Teatro Municipal. Os bilhetes custam 7 euros e poderão ser adquiridos na rede da Bilheteira Online e no Teatro Municipal de Vila do Conde.
“Se tudo é Paulo e nada é Paulo também, a palavra deixa de ser chão e atalho e é abandonada. Cresce o mistério e a estranheza num mundo onde o silêncio entre as pessoas é permanente. Ou seja, deixa de existir.” Para este trabalho contam com a artista plástica Laetitia Morais, que trabalhará imagens do seu arquivo. Estas imagens, nas palavras da artista, “serão selecionadas, cortadas, reunidas e manipuladas ao vivo, para contar narrativas ou desfazer-se delas. Será um trabalho marcado pelo desvelamento, colocando a descoberto particularidades deste novo cenário. Um olhar que contempla a trivialidade e evidencia em simultâneo o mordaz e o decoroso”.
Este espetáculo de Cinema Expandido original é fruto de uma encomenda da Curtas Metragens, através do projeto CAMPUS, do Teatro Maria Matos (Lisboa) e do GNRation (Braga).
Fotografia: © Alípio Padilha (apresentação no Teatro Maria Matos, 28/05/2015)
“As Mil e Uma Noites”, de Miguel Gomes, será o filme de abertura da 23ª edição do Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema. O filme, composto por três volumes, somou elogios na estreia mundial durante o Festival de Cannes e será apresentado em Vila do Conde em antestreia nacional.
O Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema arranca a 4 de julho com o muito aguardado novo filme de Miguel Gomes, “As Mil e Uma Noites”, em antestreia nacional. O filme é um fresco sobre o Portugal contemporâneo e as contradições provocadas pela crise económica, através de uma estrutura épica que adapta a clássica história de Xerazade em três volumes independentes: “O Inquieto”, “O Desolado” e “O Encantado”, num total de seis horas de filme.
A primeira parte, “O Inquieto”, “dá conta das inquietantes maldições que se abatem sobre o país, em crise, habitado por ricos e pobres, poderosos e insignificantes, trabalhadores e desempregados, ladrões e homens honestos”. No segundo volume “Xerazade narra como a desolação invadiu os homens” e, na última parte, “O Encantado”, a narradora duvida que ainda consiga contar histórias que agradem ao rei”.
O elenco de “Mil e Uma Noites” conta com importantes nomes do cinema português como Crista Alfaiate, Luíza Cruz, Américo Silva, Adriano Luz, Gonçalo Waddington, Joana de Verona, Teresa Madruga, João Pedro Bénard, Carloto Cotta e Rogério Samora.
A obra teve estreia mundial na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes onde foi recebida com grande entusiasmo pela imprensa internacional. O filme ocupou a primeira página do jornal francês “Liberátion”, onde foi descrito como "épico”. Já o “Le Monde” considerou a longa-metragem "uma epopeia fantástica, uma canção de amor aos derrotados da História, que são os portugueses de uma Europa em crise".
Numa votação, que é habitualmente realizada durante o Festival de Cannes, os críticos consideraram “As Mil e Uma Noites” o quarto melhor filme exibido na edição de 2015 daquele que é o maior festival de cinema do mundo.
A longa-metragem, rodada em película, é uma coprodução entre Portugal, França, Alemanha e Suiça, e deverá estrear nos cinemas portugueses entre agosto e setembro. Com produção de Luís Urbano e Sandro Aguilar, através da produtora O Som e a Fúria, “As Mil e Uma Noites” é um dos projetos cinematográficos mais ambiciosos do cinema português dos últimos tempos.
Miguel Gomes é um dos nomes centrais na história do Curtas Vila do Conde, que exibiu grande parte da filmografia do cineasta. A sua primeira curta-metragem, “Entretanto”, foi apresentada na edição de 1999 do Festival, onde foi distinguida com os Prémios de Melhor Realizador e de Melhor Fotografia. Mais tarde, em 2002, Miguel Gomes recebeu uma menção honrosa em Vila do Conde com a curta “31”, tendo vencido, em 2006, a competição nacional com “Cântico das Criaturas”.
Pelo Curtas Vila do Conde passaram ainda os filmes o “O Inventário de Natal”, “Kalkitos”(resultado de uma encomenda do Festival ao realizador), “Aquele Querido Mês de Agosto” e, em 2014, “Pre-Evolution Soccer’s One Minute Dance After a Golden Goal in The Master League”.
Nascido em Lisboa, em 1972, Miguel Gomes estudou Cinema e trabalhou como crítico para a imprensa portuguesa até ao ano 2000. O cineasta faz parte, juntamente com outros realizadores portugueses, da denominada “Geração Curtas”, um momento central da história do cinema português contemporâneo, na transição de século, que abriu as portas a uma nova geração de cineastas muito jovens e que são a cara do cinema português de hoje. O realizador desde cedo mostrou a sua iconoclastia, reinventando-se a si mesmo em cada filme novo e forjando um método de trabalho coletivo, atento às imprevisibilidades da rodagem. Esse método foi apurado e é uma das mais visíveis características de “As Mil e Uma Noites”.
O Curtas Vila do Conde tem o apoio da Câmara Municipal de Vila do Conde, do Secretário de Estado da Cultura, do Instituto do Cinema e Audiovisual, do programa MEDIA/Europa Criativa e de vários parceiros imprescindíveis à realização do Festival.
A Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) premiou o Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema com uma medalha Pró-Autor. Segundo a organização, estes prémios destinam-se “a instituições que têm contribuído para preservar o património cultural e a obra dos autores de diversas gerações e disciplinas”.
A cerimónia de entrega de prémios, comemorativa dos 90 anos SPA, decorreu no passado dia 22 de maio em Lisboa e contou com a presença de um membro da direção do Curtas Vila do Conde.