O Metro de Paris é cenário para uma fantasia de encontros e desencontros românticos. Franju, que fez esta curta-metragem depois dos seus documentários e antes dos seus filmes narrativos, está interessado nas primeiras experiências de amor e separação. A estória mostra-nos um jovem que tenta seguir no Metro uma companhia encantadora e culmina numa sequência onírica de carruagens-fantasma e encontros fugazes. A câmara explora os subterrâneos com extraordinária sensibilidade, criando uma imagem "infantil" de uma máquina de portas automáticas transportando pessoas através dos seus labirintos. Revelando um apurado sentido da cidade de Paris e do seu tempo, "La Première Nuit" é uma parábola sobre a imprevisibilidade dos encontros humanos, demonstrada, por exemplo, no observar de um rosto que passa, fugaz, na carruagem que se cruza com a nossa.