Durante a Primeira Guerra Mundial a armada Austro-Hungara combatia soldados italianos nos Alpes. Yervant Gianikian e Angela Ricci Lucchi narram o dia-a-dia daquela gente durante a guerra, imprimindo na sua narrativa um vermelho vivo e tons mortalmente pálidos. As sequências que compõem 'Su Tutte le Vette È Pace' form filmadas na altura pelas próprias forças hostis. Não há inimigo no filme. Os soldados correm para o vazio, as paisagens cobertas de neve branca tornam-se sombras fantasmagóricas, desaparecem, transformam-se, vão-se abaixo como próprio material fílmico, restando apenas superfícies difusas. Por vezes surge um rosto. De seguida os realizadores ampliam a imagem quedando-se num promenor. A imagem individual torna o indivíduo novamente vísivel, primeiro passa frente às câmaras, no plano seguinte é atingido por uma bala invisível. A música deGiovanna e Francesco Marini prolongam a sua voz. A sua música faz de 'Su Tutte le Vette È Pace' um requiem que revela a obsurdidade da guerra.