«'Il processo di Frine' (baseado em Scarfoglio) não é um documento do tempo passado mas é exactamente dos anos 50. E tem hoje a mesma frescura de então, graças também à sua comicidade (diga- se de passagem: Blasetti deve o seu sucesso a Scarfoglio, a Suso Cecchi d'Amico, a Continenza e à Lollobrigida). A referência 'histórica' ao sobre-desenvolvimento físico (Mas, por outro lado, não é exactamente esta a nossa lei que prescreve que devem ser absolvidos os mentalmente pouco desenvolvidos? Ora então porque não absolver também um desenvolvimento físico como o desta magnífica criatura?) é algo mais do que uma piada: é uma espécie de manifesto de um cinema que busca no erotismo o modo de se libertar do vínculo do moralismo neo-realista e de se afirmar de novo como espectáculo. A própria estrutura do processo é espectacular. Aqui está em jogo uma cultura que, por excesso de naturalismo auto-mutilatório, perdeu o contacto com o único naturalismo que conta para Blasetti: o vital, o do corpo, tanto o que foi ironizad