'O Vento' é a história de uma mulher que não consegue gritar. Em vez disso ela morde as mãos até aos ossos. Pela janela aberta entra um vento muito forte e juntos começam a trabalhar. A mulher desarruma tudo no quarto, dando um novo propósito e uma nova ordem às coisas, até controlar todos os detalhes no seu império da razão. Este trabalho é apresentado em três projecções simultâneas. O material é dividido em três partes e a história é montada de forma a decorrer nos três ecrãs. O esgotamento cerebral é sublinhado através da exibição de imagens simultâneas mas diferentes do apartamento. O tempo da narrativa é perturbado pela repetição e pelo uso deliberado da dessincronização dos acontecimentos. A estrutura e a forma pretendem quebrar a lógica da narração cinematográfica para fazer um paralelo com o processo de criar a nova ordem que acontece nos ecrãs.