Em 1982, Sogo Ishii realizou Burst City, um filme agressivo e violento, com um trabalho de câmara à mão e uma montagem frenética que revolucionou o cinema independente japonês, influenciando nomeadamente a obra de Shinya Tsukamoto (Tetsuo). No entanto, a distribuidora japonesa exibiu uma montagem inacabada que não deixou satisfeitos nem o realizador ("a data de saída estava fixada previamente, não consegui terminar a montagem do filme de forma a respeitar o acordo da distribuição") nem os produtores ("ainda hoje estão reticentes à ideia de mostrar o filme"), por isso Sogo Ishii decidiu apresentar o filme numa versão de duração variável e com música ao vivo. Entretanto, decidiu fazer o mesmo com outros filmes, em que "a montagem muda em função dos [seus] humores. Fiz a mesma coisa com outros dos meus filmes, numa época em que não podia realizar e resolvi propor uma fusão entre o cinema e a música. Habitualmente, estas versões são apresentadas em salas de concerto, onde improvisamos com a minha banda Mach 1.67." Em Vila do Conde Sogo Ishii estará acompanhado por um dos membros da banda, Hiroyuki Onogawa.Quanto ao filme a apresentar, sera uma estreia absoluta de uma montagem inédita de vários dos seus filmes que Sogo preparou especialmente para o Festival.