Francis Thompson realizou esta pérola cinematográfica em 1957. Thompson foi pintor e professor antes de descobrir o cinema. Inspirado pelo cubismo e pelo futurismo, este filme é uma celebração cinematográfica excepcional do espectáculo que é Nova Iorque. Trata-se de uma sinfonia urbana sem par uma vez que é ao mesmo tempo abstracta e figurativa. Cada plano é modificado por espelhos anamórficos ou prismas que ele próprio montou e manipulou. Thompson transforma então a cidade num ballet óptico tendo trabalhado sozinho e quase em segredo. Thompson descreveu o seu processo de produção para uma exibição do filme no Reel New York, “foi um processo mágico e secreto de dobrar, torcer e virar do avesso. Foi um projecto financiado por mim que envolveu vaguear por Nova Iorque com uma câmara às costas”. N.Y, N.Y. é uma colagem quase sem palavras que mostra um dia na cidade de Nova Iorque desde manhã cedo até à noite. O dia começa com imagens de geradores eléctricos, prontos para iluminar a cidade. Às oito, um despertador toca, as pessoas vão para o trabalho no metro, escrevem à máquina e vão almoçar. À noite os clubes nocturnos e o jazz passam a dominar.