Numa cave gelada um homem trabalha à luz de um candeeiro. Ele aquece pacientemente um grande bloco de permafrost (solo permanentemente gelado, existente nos polos terrestres). Primeiro aparecem uns longos pêlos, depois as presas... Pouco a pouco descobrimos Jarkov, um mamute intacto.Numa cave gelada um homem trabalha à luz de um candeeiro. Ele aquece pacientemente um grande bloco de permafrost (solo permanentemente gelado, existente nos polos terrestres). Primeiro aparecem uns longos pêlos, depois as presas... Pouco a pouco descobrimos Jarkov, um mamute intacto.O texto que se segue é um extracto de um artigo sobre o meu trabalho:«O filme mostra, em poucos minutos, uma verdadeira viagem ao centro da Terra. Numa cave escavada no permafrost siberiano, as paredes de gelo cintilante encerram um segredo: num grande bloco de gelo o cadáver de um mamute, descoberto intacto a alguns passos dali por um dos seus grandes caçadores contemporâneos, Bernard Buigues. Vemo-lo a tentar descongelar o gigante com um secador de cabelo, aflorando os seus pêlos milenares, afundando os dedos na sua carne pré histórica, esperando, confiante, que ele acorde por fim…Mais do que nunca, com esta ode arcaica àquilo que desapareceu mas poderia renascer, Ariane Michel consegue o que pretendia “Revelar um tempo fora do tempo, um tempo anterior ao Homem”.Extracto do artigo de Emmanuelle Lequeux "Ariane Michel fait voir "le temps d'avant les Hommes"" ("Ariane Michel revela "um tempo anterior ao Homem""), Le Monde, 30 Abril de 2010.«Este projecto nasceu do desejo de pôr o tempo à prova. A cave é uma exposição, uma estranha obra de arte que nos faz mergulhar no sub solo da Pré história. Ao filmar o vídeo, tentei ir ao encontro de um verdadeiro tempo pré histórico, testar se o aparecimento de um mamute gelado, quase vivo sob a sua pelagem aquecida pelas mãos de um humano dos nossos dias, provocaria uma dissonância temporal mais forte ainda do que a que eu experimentei A.M.