Como o título indica, estamos no início de tudo. Não há som. Apenas raios de luz que revelam formas delicadas: uma espiral, uma espécie de célula. Parece que vamos entrar num domínio científico, mas isso nunca acontece, embora algo seja evidente: estamos para além da visão humana, num grau mínimo de existência. A degradação da película exibe o tempo e a forma como a matéria é sensível a essa passagem dos anos. No final, restam apenas pontos de luz numa imensidão negra, que são uma espécie de revelação do início de qualquer outra coisa, de algo que seja visível. Pequeno filme-homenagem às primeiras experiências e estudos sobre a imagem fotográfica, “Prima Materia” é a mais recente obra de Charlotte Pryce, uma reputada artista experimental americana, que já tinha estado presente no festival, em 2008, com “The Parable of the Tulip Painter and the Fly”. (DR)