Em 1939, no final da Grande Depressão nos EUA, Ivan Besse, projecionista do cinema Strand em Britton (Dakota do Sul), bate-se com o dilema da sala vazia. Decide então sair para as ruas da cidade com a sua câmara para filmar as pessoas e depois atraí-las até à sua sala para aí se verem projetadas no grande ecrã, como as grandes estrelas de cinema. Oitenta anos depois, dois cineastas espanhóis viajam até Britton para descobrir o que resta dessas filmagens, dessas pessoas e da sua memória desses tempos. Desta viagem resulta um filme documental curto e muito simples, umas quantas imagens dispersas, que calam mais do que revelam, mas que reacendem em nós essa memória ancestral do tempo que passa, do riso que fica para sempre fixo no grande ecrã. Uma pequena história sobre a memória que passa, sobre quem passa. Uma história sobre os vestígios da sua passagem e sobre a sua ausência, mas também uma história sobre o amor que o olhar nos devolve. (VV)