A complexidade do trabalho da artista Laida Lertxundi tem vindo a aumentar. Se, em obras anteriores, já se tinha debruçado sobre espaços específicos, como interiores ou paisagens, em “Vivir para Vivir” tenta sistematizar as relações de intrincadas estruturas. Partindo do ensaio do cineasta chileno radicado em França Raúl Ruiz “For Shamanic Cinem”", onde o autor compara os realizadores a “xamãs”, Laida Lertxundi constrói vários momentos díspares que parecem sugerir eventos que não são apenas percebidos pelo corpo, mas que podem estabelecer, ou ser criados, pelo próprio tempo corporal, levando o espectador a imaginar aquilo que está fora do plano. O ambiente sonoro tem também uma importância fulcral, tendo a realizadora utilizado sons originais e música de Ezra Buchla, Albert Ortega, Laura Steenberge e Tashi Wada. (SG)