Tal como um poema, esta obra evoca a nossa imaginação para ampliar o seu efeito. O filme apela a um estado de contemplação, de admiração da beleza efémera, como numa canção de embalar, aqui sob a forma de imagens e sons hipnóticos. A maior parte do tempo, não temos a certeza do que estamos a ver, como num sonho, mas somos encantados pelas composições etéreas que o filme apresenta. Este é uma obra abstrata e próxima do experimental, na qual um grupo de crianças navega por uma floresta como se fosse um recreio, onde paisagens estranhas tornam-se familiares e imagens conhecidas tornam-se estranhas. O estilo impressionista e íntimo sobrepõe-se a uma narrativa frágil, mas a imersão sensorial é suficiente para cada um imaginar ou criar a sua própria história. (JA)