Inspirando-se no físico alemão do século XVII, Athanasius Kircher, que afirmou que os vulcões estão todos ligados através de uma rede de vasos comunicantes, Helena Girón e Samuel Delgado alargam a exploração da paisagem das ilhas Canárias e da materialidade do celuloide através da utilização de película 16mm fora de prazo e revelada à mão, renunciando a questões narrativas e focando-se numa experiência sonora e visual única, na qual cinema e natureza estão interligados. Com paisagens e sons que não parecem fazer parte do nosso mundo, emerge no decorrer desta viagem às origens do cinema e da Terra um território mitológico. Este é o segundo filme de Helena Girón e Samuel Delgado, que já tinham apresentado no Curtas Vila do Conde o seu trabalho anterior, "Sin Dios ni Santa Maria" (2015). (MD)