O filme regista, em película de 16mm, um espetáculo de coreografia entre jorros de água, luzes coloridas e música tocada num órgão mecânico dos anos 20 que empresta o seu nome ao título do filme. Instalada desde meados dos anos 80 num pequeno teatro no castelo de Watermouth, em North Devon, no extremo sudoeste de Inglaterra, esta atração turística foi originalmente construída para o Festival of Britain de 1951, uma mediática feira popular que entusiasmou e mobilizou os britânicos. Sophie Michael, interessada na resposta contemporânea às maravilhas tecnológicas do passado, desenvolve um jogo de perceção, entre os objetos e as imagens ilusórias que deles obtém, com recurso a técnicas de montagem in-camera. Ao manipular o registo do espetáculo, reorganiza as sequências de imagens num sentido escultórico e cria uma camada secundária de sinestesia entre luz e som. (MM)