Por ocasião da sua retrospetiva integral em Paris, e "seguindo a migração das borboletas-monarca que fogem ao frio da América do Norte", João Pedro Rodrigues responde à questão colocada pelo Centre George Pompidou, "Onde está agora, João Pedro Rodrigues?", através de um autorretrato poético, introspetivo, metamorfoseante, que ora convoca a memória do seu trajeto de vida – que se confunde com a sua existência como autor – ora medita sobre a sua identidade, dos seus desejos e temas recorrentes, da perda e da descoberta, da carnalidade à transcendência, através de adaptações de textos de David Thoreau e Nathaniel Hawthorne. João Pedro Rodrigues é um dos nomes fundamentais do cinema português do séc. XXI, e um dos autores mais representados na história do Curtas, que já exibiu mais de uma dezena de obras suas, na sala de cinema ou na galeria Solar, a solo ou em colaboração com João Rui Guerra da Mata, como realizador, como ator, como membro do júri internacional do festival em 2005, e até como programador, em 2016, de uma carta branca – em conjunto com João Rui Guerra da Mata – de clássicos da curta-metragem, em paralelo à exposição "Do Rio das Pérolas ao Ave", realizada pela dupla na Galeria Solar. Em competição, foram exibidos "Parabéns!", em 1998 (este ano também parte da Carta Branca do 25.º aniversário), "Manhã de Santo António" (Vila do Conde Short Film Nominee For The European Film Awards, em 2012), e "O Corpo de Afonso", em 2013. Nesse mesmo ano, o Curtas produziu, no contexto do Estaleiro, o seu filme "Mahjong", em coautoria com João Rui Guerra da Mata e, e em 2016 editou um DVD com todas as curtas-metragens da dupla. (SR)