Numa pequena cidade no interior de Goiás, algumas adolescentes que trabalham em reservas de eucaliptos a encontrar ninhos de formigas e a matá-las com pesticida são conhecidas como as Meninas Formicidas. A protagonista desta curta é uma dessas adolescentes, integrada numa família pobre e disfuncional, grávida sem namorado, provavelmente vítima de agressão sexual, que perante as várias adversidades começa a identificar-se com as formigas que mata. Este é um regresso de João Paulo Miranda Maria ao Curtas Vila do Conde, depois de “A Moça que dançou com o Diabo”, exibido na edição 2017, com esta curta que foi selecionada para a Biennale de Veneza. Tal como no filme anterior, “Meninas Formicidas” é um trabalho ficcional que se inscreve num contexto social muito específico e complexo, onde uma jovem adolescente tem de lidar com as vicissitudes de uma sociedade sexista e religiosa, extremamente intolerante e conservadora, que explora, oprime e reprime quem não segue as regras estabelecidas. (PC)