No seguimento de uma improvável aliança eleitoral, o novo presidente do Senado Francês é um ecologista. A sua primeira decisão é a de deixar tudo crescer livremente no famoso Palácio do Luxemburgo, a começar pelos grandiosos jardins. Tal desordem não pode ser tolerada e o estereotípico Senado, maioritariamente masculino e bolorento, rapidamente se organiza na tentativa de retomar o controlo sobre esse património nacional e símbolo de domínio e influência que é o jardim francês. Os velhos senadores brincam ao poder, como crianças caprichosas em torno dos seus jogos, numa fantasia caricata que se desenrola ao ritmo da ironia, apoiada num argumento simples, mas eficaz, de diálogos afinados. Que interesses servem, verdadeiramente, os nossos representantes eleitos? É o bem comum a sua prioridade? “Panique Au Sénat” é uma sátira mordaz que questiona o sistema político e o papel das instituições e que Antonin Peretjatko convida a ver com olhos de adulto, naquela que é a sua quarta passagem pelo Curtas Vila do Conde, depois de “French Kiss”, “A Rapariga de 14 de Julho” e “Querem uma história?” (IR)