Cinco colegas temem pelo seu futuro quando a pequena firma onde trabalham é comprada por um grande grupo empresarial. Como forma de motivar a equipa e fortalecer a sua relação com o novo empregador, são convidados a passar um dia de relaxamento num spa naturista. Este presente envenenado que obriga à nudez, num convívio forçado entre as realidades antagónicas do lazer e do trabalho, do privado e do social, vai dar azo a todas as conjeturas e suscitar reações de aceitação, recusa ou resistência. A inevitável pressão para se exporem revela-se demais para Serge, desempenhado pelo inimitável Wim Willaert, que atinge o seu limite na sauna, com os ramos perfumados de bétula (vihta) a protagonizar um derradeiro exercício de autoflagelação imposta. Jogando com as noções culturais da nudez e da modéstia, esta sátira social aborda, de forma apenas aparentemente ligeira, a exploração da vulnerabilidade e a insidiosa obrigação de transparência praticada unilateralmente pelas entidades empregadoras, num tempo em que o trabalho precário e o desemprego são uma ameaça real. Até onde estaríamos dispostos a ir para manter o nosso emprego? (IR)