Um rapaz com uma expressão ausente prepara um biberão de leite, mas não o oferece ao bebé deitado no chão a seu lado. A fragilidade daquele pequeno ser, o som que chega do tráfego ininterrupto que invade o apartamento de janelas e varanda abertas para a cidade, o calor que parece entorpecer e a incerteza do que está para acontecer, causam sobressalto. Pelo caótico e barulhento tráfego do Cairo, com o bebé ao colo, o rapaz atravessa a estrada e atravessa a cidade. Mantém-se o sobressalto, a deambulação, a eminência do acidente? Finalmente, desvendadas as dúvidas e desaparecida a incerteza, chega a noite e com ela a calma, o regresso a casa em silêncio com a clarividência que o intenso ruído não permitia, a frescura de uma brisa noturna que se sente. O banho retemperador, a água lavando o corpo e a alma, levando as mágoas, num momento de segurança e vínculo fraternal, numa transição para a maturidade. (NM)