Três homens vindos do espaço chegam à Terra para investigar a origem de um misterioso sinal sonoro. Anos antes, o nosso planeta tinha sido abandonado, tendo apenas ficado aqueles que não tinham meios para partir, deixados à sua sorte. Em registo de ficção científica, o cineasta grego Yorgos Zois assume muitas referências: a obra-prima de Steven Spielberg “Encontros Imediatos do Terceiro Grau” (os sinais sonoros, o tema central da comunicação), mas também “Stalker”, de Andrei Tarkovski, e “La jetée”, de Chris Marker. A habitual consciência política e social de Zois, já patente nos seus dois filmes anteriores apresentados no Curtas (“Casus belli” e “Titloi telous”), aborda agora a crise dos refugiados, com um prodigioso trabalho sonoro e uma imagem sumptuosa que explora a grandiosidade do cinemascope, a coreografia dos corpos dos três exploradores do futuro e os cenários irreais do antigo aeroporto abandonado de Atenas. E, desta forma, Yorgos Zois faz com que, neste filme político, a realidade choque com a ficção científica. (MD)