Ambientado por sons e imagens fantásticas e surreais, “Placenta” acompanha as deambulações de uma espécie de Capuchinho Branco pela floresta onde vive, numa cabana povoada pela imagem da Senhora de Fátima, pela voz de Evgueni Mouravitch e pela música de Beethoven. Aos poucos, a criança vai percebendo que pode não estar sozinha. Na biologia, a placenta é a massa na extremidade do cordão umbilical que, durante a vida uterina, estabelece a comunicação entre o sistema circulatório do feto e o da mãe. Nesta narrativa, a personagem principal parece procurar essa ligação, perdida no mundo que, ao mesmo tempo, a seduz e assombra. A criança vai encontrando peças de um puzzle misterioso, composto por imagens e sons mais realistas ou mais fantasmagóricos, com camadas de significação muito complexas e subjetivas. Com este filme, também escrito por si, Paulo Lima estreia-se de forma promissora no Curtas Vila do Conde. (PC)