A observação da linha do horizonte marca o início e o final deste filme, multiplicando-se e transformando-se através da animação digital. A imagem real – uma espécie de chuva cósmica – é utilizada como cenário para uma profusão de linhas que se encontram e intersetam, formas geométricas que vão formando uma teia elástica em permanente construção. O som eletrónico, que acentua a ideia de repetição mecânica, poderia ser retirado de um filme de ficção científica, contribuindo para ampliar o efeito de espacialidade que é também sugerido pelo fluxo de imagens em movimento. “At The Horizon” é uma criação de dois autores: o austríaco Manuel Knapp, na sua terceira presença em Vila do Conde, e Makino Takashi, cineasta japonês que se estreia. Knapp tem vindo a desenvolver o seu trabalho no campo das artes visuais e da música eletrónica, enquanto Takashi combina na sua obra os princípios da colagem surrealista com a técnica da exposição múltipla. Rejeitando a sincronização entre imagem e som, tem colaborado com diversos músicos nessa tentativa de gerar encontros imprevistos. (RM)