Constituído por fotogramas de película em nitrato digitalizados, “Chama” tem como ponto de partida ​​um épico de Teuvo Tulio, de 1937. “Fallen Asleep When Young”, originalmente realizado pelo rei do melodrama finlandês, foi tido como completamente perdido, até à redescoberta de uma parte, o terceiro rolo de cinco, pelos serviços de La Cinémathèque Française de Paris, em 2015. Sami van Ingen viria a interessar-se pela descoberta, tirando partido da metamorfose química e física que as imagens sofreram com o tempo. Algumas dessas imagens mantinham-se intactas enquanto outras estavam quase totalmente deterioradas. Para reorganizá-las, criou sequências ritmadas, contrapondo a perfeição à mutilação, alternando entre o certo e o errado, re-contextualizando a narrativa original num sentido hipnótico, e estimulando o espectador a procurar relações entre os diferentes planos e o significado da sua sucessão. (MM)