Uma mulher, com o cabelo ao vento, vê um grande clarão no escuro da noite. O que é que ela teme? Porque desvia o olhar? Em “Três Anos Depois”, Marco Amaral volta a concentrar-se numa narrativa muito concisa e precisa, procurando mostrar como os espaços parecem caracterizar as personagens: desolados, perdidos, incompreendidos. Entre aquela mulher e a casa onde está, encontra-se uma criança e outra mulher mais velha. Parecem formar uma família, mas a instabilidade e o silêncio prolongam um sofrimento escondido. Marco Amaral já passou pelo Curtas com os filmes “Trilátero” e “Outono” e regressa agora à Competição Nacional para mostrar como o cinema é um jogo entre aquilo que as imagens revelam e aquilo que escondem. (DR)