Certa manhã, um adolescente chamado Nanni acorda sobressaltado quando percebe que tem uma flor no lugar do seu nariz. Em pânico, sai para a rua, tentando esconder a sua deformidade, mas acaba por descobrir que outros vivem situações similares, entre elas a misteriosa e doce Alouette, que tem uma flor no lugar dos seus genitais. Em tons surrealistas, “L’autre sur ma tête”, de Julie Colly, é uma alegoria inteligente e sensível sobre a intolerância e incompreensão vivida por pessoas que são discriminadas pela sua diferença, mas também uma ácida crítica aos costumes da sociedade burguesa ocidental em relação à sexualidade feminina. Produzido na prestigiada La Fémis, onde Julie Colly estuda, “L’autre sur ma tête”, é mais uma curta promissora da jovem cineasta francesa que agora se estreia no Curtas Vila do Conde. (PC)