Cruzando diversas histórias, “Storytelling” ocupa um espaço de crítica à forma como se contam histórias e como, no fundo, se trata sempre das pequenas misérias dos seres humanos. O filme divide-se em dois grandes blocos: o de um grupo de escrita criativa; e o de um realizador de documentários que quer usar uma família para fazer uma espécie de etnografia urbana. No primeiro caso, Solondz usa as contradições racistas e as relações de poder para montar uma sátira a uma certa comunidade intelectual. No segundo, o cineasta procura mostrar as próprias fragilidades da “família americana” para olhar a forma como os filmes estão em constante luta pela revelação de uma verdade que é complexa e difícil de compreender. No fundo, “Storytelling” está em constante tensão com as identidades em conflito (sejam elas raciais, sexuais, etc.) e com as suas forças de poder. (DR)