Depois de uma sexta vaga de mortandade que afetou a totalidade da população mundial, a espécie humana desapareceu finalmente do planeta Terra, sendo declarada extinta. Surge então uma nova forma de vida artificial e tecnológica, que encontra os vestígios da existência humana através da história do cinema, tentando entendê-la através de algumas imagens, sons e narrativas que sobreviveram, como a personagem Frankenstein do filme realizado por James Whale em 1931. Depois de “Keep that dream burning” (2017), “Not Even Nothing Can Be Free of Ghosts” (2016) e “Moon Blink” (2015), o austríaco Rainer Kohlberger está de volta à competição experimental do Curtas com “It has to be lived once and dreamed twice”, um trabalho que explora uma forma narrativa mais convencional mas que prossegue a sua reflexão em torno do lugar do espectador e da sua perceção face ao cinema e a outras artes visuais. Mais uma vez, o artista austríaco deriva da manipulação de algoritmos, imagens e sons, para criar uma experiência imersiva, um embalo sensorial, no qual impulsos e ondas de luz agitam a nossa perceção visual. (PC)