Em “Suspended Island”, realizado por Jane Wilson e Louise Wilson, somos convocados para uma reflexão à atual crise identitária britânica a partir de um texto de Vesna Maric, uma escritora e jornalista britânica de origem bósnia que chegou adolescente ao Reino Unido, em 1992, durante a crise nos Balcãs. Este trabalho revela, por um lado, uma geografia urbana perdida, que a maioria das pessoas não vê; por outro, através da imagem em movimento, revela-nos a relação cinética entre a arquitetura de dois locais aparentemente distintos: Trinity House, no cais de Newcastle upon Tyne (Reino Unido), terra natal das cineastas; e as fortificações costeiras, agora abandonadas, na Governors Island, ao largo da costa de Manhattan (Estados Unidos da América). No contexto do Brexit, a imagem da ilha torna-se ainda mais ressonante, pois elas consideram não apenas o que significa ser britânico, mas de facto o que significa ser do norte. Estão interessadas no que acontece quando a geografia de um local assume uma identidade porosa, ou se torna num lugar fora da sua própria fronteira. “Suspended Island” mostra-nos a presença da ausência. Esta é a terceira participação da dupla britânica no Curtas, onde já apresentaram “The Toxic Camera” e “Undead Sun”. (PD)