O que vale uma relação? Podemos ainda gostar uns dos outros? Francisco Valente continua a sua pesquisa pela natureza do amor, com esta nova curta-metragem, “Lisboa, 2018”. Centrado numa noite banal na cidade, o filme explora a ligação entre um casal, Luís e Mariana, na última noite em que ela passa em casa antes de uma viagem longa. Com diálogos leves, mas ao mesmo tempo quotidianos, Valente perscruta as pequenas coisas que fazem parte do dia-a-dia de um casal e da incapacidade de antever um futuro demasiado imprevisível. Com uma graça delicada, “Lisboa, 2018” prolonga “Tenho Um Rosto Para Ser Amado”, de 2015, que o realizador também apresentou no Curtas Vila do Conde. São filmes aparentemente simples sobre personagens próximas de nós, filmadas de forma subtil, mas verdadeira. É desse olhar justo que o cinema vive, mesmo que aqui numa versão caricatural das nossas vidas. A noite continua lá fora, com todos os futuros possíveis. (DR)