Uma coleção de imagens poderosas revela paisagens distantes, como vulcões, cascatas, avalanches. Depois, diferentes pessoas, estranhos e sem qualquer aparente relação entre si, olham por um telescópio ou outros dispositivos, e procuram um vislumbre do eclipse solar visto a partir de Lisboa, a 20 de Março de 2015. Uma voz feminina melancólica lê uma carta, escrita a partir do fim do mundo e onde o sol escasseia. Ao revelar o contraste entre estes dois lugares, parece imaginar que estas pessoas estão na realidade à procura de uma terra distante, a olhar para algo exótico ou inatingível. A carta evoca outros lugares e outros tempos para além do imediato, do que é visível, e questiona a relação do espectador como observador ativo do mundo. Esta é a estreia de Maureen Fazendeiro no Curtas e o seu segundo filme, depois de “Motu Maeva”, obra que foi premiada no Doclisboa. (JA)