Em forma de foto-romance, em que uma sucessão de imagens estáticas constroem uma narrativa com o apoio da voz em off, “Estas Mãos São Minhas” é uma carta de amor de André Miguel Ferreira à sua avó. O pretexto é uma das habituais viagens de domingos e quintas-feiras da avó, com a roupa mais elegante e o melhor perfume, a sessões de dança onde, nesse espaço de música e convívio, homens casados escondem as suas alianças e mulheres viúvas procuram fantasmas. E é um fantasma em particular que realmente interessa ao jovem realizador, por quem a sua avó chora em silêncio e por quem às vezes lhe troca o nome. Este é um filme sobre a perda, a saudade, o tempo, o medo, o amor e a imensa força das mulheres. (PC)