Lea começa a trabalhar como caixa num supermercado de uma grande cadeia. No seu processo de adaptação e aprendizagem, e sob uma capa de aparente normalidade, vai gradualmente sendo confrontada com a insensibilidade a que as suas colegas de trabalho, todas mulheres, estão sujeitas em nome da eficiência e da produtividade. A estilização e artificialidade do cenário criam um ambiente asséptico que colabora na transformação destas mulheres em meros autómatos, destituídas da sua individualidade e circunstâncias pessoais. A mecanização dos procedimentos e interações é marcada pelo ritmo da banda sonora. “L’éffort commercial" é baseado nas histórias verídicas de todas as mulheres cuja vulnerabilidade é explorada pelas entidades empregadoras, num tempo em que a precariedade e o desemprego são uma ameaça concreta. A emotividade contida na cena final é a de todos nós, perante a desumanidade. Este filme marca a estreia da realizadora franco-italiana Sarah Arnold no Curtas Vila do Conde. (IR)