Victor é um jovem artista, relativamente desconhecido – principalmente porque recusa-se a deixar sequer alguém ver o seu trabalho – e a atravessar dificuldades financeiras. Quando a senhoria ameaça despejá-lo do seu quarto, Victor, pleno de ingenuidade e a viver numa espécie de estado permanente de sonhador acordado, recorre a diferentes estratagemas para rapidamente ganhar algum dinheiro, mas os seus planos acabam por sair frustrados, numa série de situações-vinhetas humorísticas, habilmente recriados através de pequenos “gags” visuais. Em estreia no Curtas, Brendan McHugh, que co-produziu “Good Time”, dos irmãos Safdie, e que trabalhou também com os realizadores Antonio Campos e Noah Baumbach, utiliza o legado de um certo cinema americano independente para criar uma obra trágico-cómica, um comentário ao mesmo tempo mordaz e sardónico sobre a sociedade materialista, e um filme sobre o qual não conseguimos deixar de sentir simpatia pelo personagem principal - por muito inconsequentes ou inglórias que pareçam as suas lutas, porque ele apenas procura a sua pequena fatia de felicidade. (JA)