A partir de imagens recolhidas numa residência artística no Canadá, Sandro Aguilar apresenta, em “Armour”, um filme-experiência que procura explorar a potência da paisagem e da forma como ela nos fala do mundo. Há ligações evidentes com a obra anterior do cineasta: aqui, voltamos a ter um tempo suspenso, quase anónimo, em que paisagens citadinas e marítimas são apresentadas na sua evidência quase ingénua. No entanto, ao colocar pequenas legendas no ecrã, Aguilar acrescenta um domínio da história, através de pormenores mínimos que remetem para aquilo que não está na imagem. É um jogo que vem também das suas deambulações anteriores, mas que, neste filme, assume uma postura estruturalista aliciante, até porque é, muitas das vezes, irónica e divertida. Sandro Aguilar é um dos nomes mais relevantes do Curtas Vila do Conde, tendo aí exibido quase todos os seus filmes e vencido vários prémios nas últimas duas décadas. (DR)