Miguel Gonçalves Mendes tem vindo a filmar o sentido da vida ao longo de toda a sua filmografia. Ainda que o seu trabalho mais reconhecido seja na área do documentário, uma observação atenta da sua obra permite enveredar por variações ficcionais, experimentais, apontamentos de animação, séries televisivas, instalações, telediscos e até publicidade institucional. A literatura impõe-se como fio condutor de algumas das suas principais obras, mas o realizador não descura a música, a fotografia ou as artes plásticas. O filme “O Sentido da Vida” propõe uma viagem pelo planeta à procura de respostas novas para uma velha questão: qual o sentido da nossa existência? O guia será um jovem brasileiro portador de uma doença hereditária, rara e sem cura. Paralelamente, o espectador é confrontado com sete personagens emblemáticas da contemporaneidade, como o juiz espanhol Baltasar Garzón, o escritor Valter Hugo Mãe ou o astronauta dinamarquês Andreas Mogensen, pessoas comuns transformadas em ícones que influenciam a vida de muitos. Ainda um “work in progress”, este trabalho híbrido de Miguel Gonçalves Mendes pretende entender o que nos une como humanidade, num tempo em que o sistema está em colapso e pouco temos em que acreditar. (HB)