Um filme sobre a solidão e os dias que se repetem da mesma forma, que antes de serem dias são um conjunto de pequenos gestos iguais e repetidos, e em cima disso, o silêncio que anuncia a ausência. Em “Seja Como For”, de Catarina Romano, uma mulher está fechada em casa há muito tempo, desempregada, fechada do lado de fora das possibilidades do seu tempo, fechada em si. Nesta animação soturna, de composições melancólicas que se encadeiam de forma melódica, o tempo parece suspender-se nos detalhes. No entanto, talvez estes gestos e rituais possam fazer parte de uma coreografia, ou parte de uma dança, e assim antecipar alguma forma de redenção. Esta é a terceira presença de Catarina Romano no Curtas, depois de ter estreado “A Casa ou Máquina de Habitar”, na Competição Nacional em 2016, e “Split”, em 2006. (JA)