Neste filme, José Fonseca e Costa desenvolve um olhar sobre uma classe burguesa no final dos anos 60. É um olhar dúplice: por um lado, demonstra as alterações sociais em Portugal e, por outro, evidencia uma espécie de modorra na vida social das personagens, motivada por uma análise política da realidade portuguesa. “O Recado” é um filme composto por contrastes: entre uma realidade burguesa e um mundo duro do combate político marginal, e dentro da realidade burguesa, entre aqueles que vivem a vida alegremente e os que questionam o status quo; entre o bulício da cidade e a serenidade do campo; entre as mulheres e os homens. Desenvolve, portanto, uma narrativa sobre classe e sobre poder num tempo de castrações. (DR)