Os balões estratosféricos são uma velha obsessão humana, já que permitem ascender a grandes altitudes para observar o que escapa ao olho humano. A partir de finais do séc. XVIII, uma série de experiências tecnológicas com balões estratosféricos ajudaram o homem a recolher informações científicas relevantes. É a partir desta premissa que Isabelle Prim, em estreia no Curtas, conta a história de uma adolescente que sonha tornar-se uma cientista dos balões, usando um dispositivo narrativo que mistura as imagens de arquivo do Observatório do Espaço do Centre national d'études spatiales, um enredo ficcional sobre uma equipa de televisão a fazer uma reportagem num centro espacial e a narração que a adolescente vai fazendo das suas expectativas e dos seus desejos. O filme aborda ainda a condição de elevação como uma metáfora da capacidade de contrariar ou suspender as condições naturais, como a matéria e o tempo. (PC)