Eva coloca as suas ambições e carreira de parte para dar à luz Kevin. A relação entre mãe e filho anuncia-se difícil desde os primeiros anos. O comportamento de Kevin revela-se cada vez mais problemático à medida que cresce, até culminar num momento chocante. Eva luta contra os seus próprios sentimentos de dor e responsabilidade: Terá alguma vez amado o seu filho? À terceira longa-metragem, Lynne Ramsay continua a abordar alguns dos temas anteriores, como a morte, o trauma e a relação com o luto, num olhar cáustico sobre a epidemia da violência nos Estados Unidos. A mãe, interpretada de forma brilhante por Tilda Swinton, parece próxima do estado anestesiado e de luto da personagem principal de “Morvern Callar”, mas aqui a representação da realidade é muito mais fragmentada, com tons impressionistas que tingem a representação do passado, e que acabam por contagiar a recriação do presente com memórias tortuosas. (JA)