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Kelly Reichardt

Publicado —

5
Julho
2014
Kelly Reichardt: um cinema minimalista

A realizadora Kelly Reichardt é um dos novíssimos nomes do cinema americano independente. Vinda da tradição de rebeldia e de produção de baixo-custo, Reichardt entronca numa linhagem que parte da Nova Hollywood dos anos 70 e que tem os seus ícones máximos, no cinema contemporâneo, em Gus Van Sant e Todd Haynes. Com uma curta mas já relevante carreira, a cineasta perscruta as histórias dos marginalizados e esquecidos pelo sistema, sobretudo na geografia simbólica do estado do Oregon, um dos estados mais a oeste da América e também um dos menos conhecidos. Essa América profunda é uma zona de cidades pequenas, de economia frágil e onde melhor se encontra a ideologia liberal do capitalismo.

Excerto da entrevista a Kelly Reichardt, realizada a propósito desta retrospetiva.

Gosto do processo de filmar, tentar perceber o que se vai passar: mudar um pneu, cozer pão ou construir uma bomba (como em “Night Moves”). Na minha opinião, um momento ideal de cinema é como uma cena de “Fugiu Um Condenado à Morte” (1956, Robert Bresson) – sabemos, por causa do título, o que se vai passar e depois vemos alguém a retirar as molas do colchão e a uni-las para fazer uma corda. Gosto disso. Interessam-me os gestos minimalistas e como podem ser, de certa forma, o símbolo de algo muito maior. Conhece o realizador chinês Jia Zhangke? Lembro-me de um documentário que ele fez sobre a China industrializada. Há uma cena que dura imenso tempo. É a de um homem que está a apanhar o autocarro. Faz frio lá fora e ele veste apenas um casaco leve, e durante vinte minutos estamos apenas a ver este fulano a tentar puxar o fecho de correr. E o fecho está avariado. É um plano apenas: uma paragem de autocarro e um homem, ao frio, a tentar consertar o fecho. Ficamos na companhia deste homem tanto tempo que temos a sensação de que o mundo todo nos está a ser entregue. É muito para além daquele homem, é acerca da luta de todos, mas só lá está este fulano e um fecho de correr. Vi o filme há muitos anos, mas estou sempre a pensar naquele fulano e no fecho de correr.

(Pode ler um excerto desta entrevista no Jornal do Curtas e a sua totalidade no Catálogo de 2014). 

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