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Até sempre, mestre!

Publicado —

7
Abril
2015
Até sempre, mestre!

Até sempre, mestre!

Morreu aquele que considerávamos imortal. Morreu um cineasta de 106 anos com uma obra que atravessa quase toda a história século XX. Um cineasta com uma filmografia realizada durante mais de 80 anos, entre “Douro, Faina Fluvial” (1929-31), o seu primeiro filme, e “O Velho do Restelo” (2014), a obra derradeira. Morreu Manoel de Oliveira, o maior cineasta português, um dos mais respeitados cineastas da história do cinema e, também, um grande amigo do Curtas Vila do Conde.

No Festival, Manoel de Oliveira manteve uma presença assídua ao longo dos anos. Apadrinhou-o desde a primeira edição e foi, precisamente, com os seus filmes que o 1º Curtas Vila do Conde teve início, em 1993, dedicando-lhe uma retrospetiva especial. Foram então exibidos “Douro, Faina Fluvial” (1931), “Famalicão” (1940), “O Pintor e a Cidade” (1956), “O Pão” (1959), “As Pinturas do meu Irmão Júlio” (1965) e “A Caça” (1963).  O Prémio Documentário, que é atribuído todos os anos, tem, justamente, o seu nome.

 

Ele esteve connosco muitas vezes apenas para apresentar os seus filmes. Várias dessas visitas coincidiram com contactos diretos com o público através de conversas ou debates. O Manoel de Oliveira gostava de falar com o público: de falar sobre o seu amor ao cinema. Por exemplo, em 1995, pelos 100 anos do cinema português, na 3ª edição do Festival, participou no debate sobre o cinema na atualidade num painel composto também por Gus Van Sant, Mikhäil Kobakhidzé e Jon Jost.

 

Mas Oliveira era também muito curioso, atento àquilo que se ia fazendo no novo cinema. Para ele, o Festival era também um local para a descoberta de autores. Foi com essa curiosidade cinéfila que Manoel de Oliveira veio ao Curtas Vila do Conde em 1997, quando se realizou uma retrospetiva dedicada a Alexander Sokurov, com uma vontade voraz de conhecer a obra do autor russo. No contexto deste programa especial, os dois cineastas tiveram uma longa conversa, sobre cinema, arte e religião, que ficou registada em vídeo.

 

É essa conversa – mais tarde publicada no livro Puro Cinema: Curtas Vila do Conde 20 Anos Depois – que agora disponibilizamos em ficheiro pdf (versão em português e inglês).

 

Apresentando filmes, debatendo-os com o público, vendo tudo o que de novo aparecia no cinema contemporâneo, Oliveira foi um espectador frequente, muitas vezes acompanhado pelo Padre João Marques, outra figura querida do Curtas Vila do Conde e que faleceu também há cerca de três semanas. Foi, aliás, com o seu filme “A Divina Comédia” que aconteceu a primeira sessão do Cineclube de Vila do Conde (antecedente do Curtas) num recém-inaugurado Auditório Municipal, ainda e sempre com a sua presença física.

 

Há muitas outras histórias, submersas pelo tempo, mas Manoel de Oliveira ficará sempre connosco como memória viva do cinema e como símbolo de uma imensa liberdade artística. Essa liberdade será sempre objetivo primordial do Festival.

 

Até sempre, mestre. Continuaremos a ver os seus filmes.

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