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A eternidade que habita os pequenos gestos

Publicado —

23
Julho
2017
A eternidade que habita os pequenos gestos
O texto seguinte foi produzido por um dos participantes do 2.º Workshop Crítica de Cinema realizado durante o 25.º Curtas Vila do Conde - Festival Internacional de Cinema. Este Workshop é formado por um conjunto de masterclasses e debates com convidados internacionais e pela produção de textos críticos sobre os filmes exibidos durante o festival, que serão publicados, periodicamente, na página do PÚBLICO e no blogue do Curtas Vila do Conde.

Por Cláudio Azevedo

A curta O Peixe venceu o prémio Documentário “Manoel de Oliveira” na 25ª edição do Curtas Vila do Conde. O cineasta brasileiro Jonathas de Andrade trouxe a esta edição do festival uma curta que se insere algures entre a dor e a ternura. É dentro dessa dualidade que dançamos por não existir um ponto moral onde nos possamos fixar. A curta mostra-nos vários pescadores que possuem uma forma muito peculiar de levar a cabo o seu mister: abraçam, acariciam e beijam os peixes que vão retirando da água até darem o seu último fôlego.

O filme mostra como pequenos gestos conseguem condensar, de um só golpe, um sentimento tão universal como o amor. Enquanto um braço agarra com força a cauda para não deixar escapar o peixe, o outro aconchega-o e acaricia-o, mostrando que o homem é parte integrante da natureza, pois possui instintos essenciais para a sua sobrevivência enquanto espécie; por outro lado, no ser humano, existe algo que transcende essas forças predatórias capaz de inverter uma lógica de destruição e eternizar a vida para além de si mesmo. Em tempos de hiperconsumo e de matadouros onde a morte é massiva e mecanizada, estes pescadores tornam-se símbolo de uma forma de vida humana perdida por entre uma vontade de domínio cheia de fome de território, de recursos naturais, de armamento e tecnologia.

Por entre este frenesim vertiginoso, de uma vida extremamente acelerada, que facilmente esquece as fontes da vida, é a objetiva de Jonathan que vem desvelar a beleza que se esconde dentro e fora de nós. Ficamos estarrecidos com a fotogenia dos enquadramentos. A paisagem transmite paz, é calma e idílica; os corpos acolhem um brilho que lhes é dado pelo sol quando este se espraia através do reflexo da água pela vegetação circundante, realçando os verdes que predominam na imagem. Mas, o brilho mais intenso e especial é aquele que reflete nas escamas dos peixes, como se o sol também os beijasse e os redimisse nos últimos instantes de vida.

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