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Um Homem e o seu País

Publicado —

26
Julho
2018
Um Homem e o seu País

O texto seguinte foi produzido por um dos participantes do 3.º Workshop Crítica de Cinema realizado durante o 26.º Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema. Este workshop é formado por um conjunto de masterclasses e debates com convidados internacionais e pela produção de textos críticos sobre os filmes exibidos durante o festival, que serão publicados, periodicamente, no site do PÚBLICO e no blogue do Curtas Vila do Conde.

por Diogo Amaro 

O Polícia 
(2011), de Nadav Lapid, segue duas histórias. A primeira centra-se sobre um policia e seus colegas, membros de uma elite anti-terrorista, ao mesmo tempo que se pode reflectir sobre a sua dedicação ao Estado de Israel. As personagens do filme são bastante simbólicas, como é o caso de Yaron, que vai revelando, ao longo do filme, uma postura egoísta, sendo alguém que demonstra um grande amor pela sua mãe, ao mesmo tempo que espera o nascimento do seu filho. Há algumas cenas muito reveladoras de Yaron, como quando ele segura um bebé em frente a um espelho, como se isso fosse uma espécie de chamamento à sua paternidade. Já a segunda parte do filme mostra um grupo de rebeldes que tenta fazer uma revolução, manifestando-se contra o status estabelecido em Israel, ao mesmo tempo que denuncia a injustiça social prevalecente no país.

O filme tem um lado subtil ao enfatizar a luta de classes num momento em que é dado maior destaque ao conflito israelo-palestino, sendo um filme eminentemente político, servindo, de alguma maneira, por reforçar uma complexa dimensão psicológica na cabeça dos protagonistas, que vai acompanhando uma estimulante fotografia e montagem. Aqui e ali surgem cenas intensas, algumas de cortar a respiração, como a cena do rapto de milionários israelitas por parte dos rebeldes de esquerda que querem, com tudo isso, fazer passar uma mensagem política e social ao Estado de Israel. Eles são jovens idealistas que ambicionam uma profunda mudança na estrutura social do país.

A visão, por parte de Yaron, do corpo da jovem rebelde morta no sequestro mostra como um conjunto de valores pode ser desmoronado, isto é, ao mesmo tempo que Yaron cumpre o seu dever em salvar os sequestrados, não deixa de ter dúvidas sobre se aquilo que fez era o mais correcto, parecendo que Yaron, no final do filme, tem uma perspectiva diferente daquela que tinha anteriormente, daí também alguma ambiguidade moral presente no filme.


O filme não é parcial nos assuntos que aborda, e a sensação com que se fica é a da incerteza de Yaron, ao mesmo tempo que as personagens femininas denotam uma maior voracidade do que as personagens masculinas, sobretudo a rebelde do filme, e O Polícia mostra também como a fé inabalável de Yaron pelo seu país torna-o numa espécie de mártir, pronto a abdicar de tudo pelo zelo a Israel.

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