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Anteu tem os pés bem assentes na terra

Publicado —

29
Julho
2018
Anteu tem os pés bem assentes na terra

O texto seguinte foi produzido por um dos participantes do 3.º Workshop Crítica de Cinema realizado durante o 26.º Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema. Este workshop é formado por um conjunto de masterclasses e debates com convidados internacionais e pela produção de textos críticos sobre os filmes exibidos durante o festival, que serão publicados, periodicamente, no site do PÚBLICO e no blogue do Curtas Vila do Conde.

por Luís Azevedo

Figura mitológica grega, Anteu é um gigante dotado de uma força sobrenatural, filho de Gaia, a representação da terra. O seu calcanhar de Aquiles era o ar. A sua força desaparecia quando o levantavam do chão e o separavam da terra/mãe. Em Anteu (2018)o filme de João Vladimiro a concurso no Curtas, o protagonista perde a mãe à nascença e dedica a sua vida a elaborar um plano para se voltar a juntar a ela.

Lacrau (2018), a longa-metragem anterior de João Vladimiro foi acusada de ser parca em estrutura. Mas se em Anteuo trato do realizador continua críptico, não é por falta de estrutura. O filme segue uma linha reta, do nascimento à morte. A inefabilidade da narrativa é culpa de simbolismos que se perderão para quem entre na sessão desprevenido, e só se lembre na sala que deixou o dicionário de símbolos em casa. Mas, como diz o povo, isto não é defeito, é feitio.

A força das imagens, ricas em possibilidades interpretativas e potencial sensório, torna qualquer tentativa de interpretar o puzzlenão só fútil como desaconselhável. Numa das cenas iniciais a câmara revela a mãe morta antes de fazer um movimento vertical para revelar Anteu criança ao lado de um homem a afiar uma foice, um barqueiro de Caronte que troca o rio pela terra e a barca pelo trator. A beleza do quadro é complementada por uma abordagem sonora em que só ouvimos o que interessa ouvir, com sons isolados e cenas auralmente despidas.

A morte está presente em todos os planos de Anteu, mas é numa das cenas finais do filme, em que o simbolismo aflora mais vividamente: Anteu gira duas moedas circulares, na cara está o ovo e o homem, na coroa a galinha e o caixão. A velocidade da rotação cria uma ilusão ótica, em que a galinha entra no ovo e o homem no caixão. A questão aqui implícita é o que veio primeiro, o ovo ou a galinha; a vida ou a morte?

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