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Alain Resnais

"Se a curta-metragem não existisse, Alain Resnais tê-la-ia certamente inventado." (Jean-Luc Godard)

Conhecido sobretudo pelos seus filmes de ficção, Alain Resnais realizou mais de vinte curtas ao longo da sua carreira. Os mais importantes datam do período entre 1947 e 1956, em prelúdio da Nouvelle Vague, e constituem uma excelente introdução ao cinema resnaisiano, antecipando algumas das temáticas centrais da sua filmografia bem como o seu estilo de escrita cinematográfica, simultaneamente sóbria e poética.

Entre as primeiras curtas, duas são retratos de pintores através da sua obra (“Van Gogh”, 1947, e “Paul Gauguin”, 1950); duas outras abordam a arte como espelho do mundo (“Guernica”, 1950, e “Les statues meurent aussi”, 1953, co-realizadas com Robert Hessens e Chris Marker, respectivamente). Para Resnais, não se trata apenas de usar a arte como pretexto para abordar questões de maior gravidade, mas de mostrar de que forma a criação artística permite pensar a realidade no que esta tem de mais dilacerante, seja o destino trágico do pintor em “Van Gogh”, ou os horrores da guerra explorados por Picasso nas obras em torno de “Guernica”. Em ambos os casos, a câmara percorre as telas filmadas a preto e branco, e desta deambulação emerge uma nova dramaturgia cinematográfica dos universos pictóricos e existenciais dos dois artistas.

Para Resnais, a realização de curtas é também a ocasião de pôr a sua liberdade criativa à prova de projetos que à primeira vista se prestam a uma abordagem mais impessoal. Em “Toute la mémoire du monde” (1956), a câmara mergulha nos "bastidores" da Biblioteca Nacional de França, desvendados numa sucessão de "travellings" notáveis que acompanham o percurso de um livro desde o depósito legal até às mãos dos leitores; o filme aborda uma questão crucial para a humanidade: como organizar e preservar uma memória coletiva em permanente evolução. Já em “Le Chant du styrène” (1958), o que deveria ser um documentário didático sobre as técnicas e aplicações modernas do poliestireno desdobra-se num filme científico-lírico feito de formas abstratas e cores saturadas, e numa visita guiada à fábrica de Péchiney, acompanhada pelos versos alexandrinos e mordazes de Raymond Queneau.

Por fim, “Nuit et brouillard” (1956): quando se trata de apresentar um dos documentários mais intemporalmente urgentes do século XX, todas as palavras são insuficientes. Nele encontramos muitos dos elementos formais presentes nas restantes curtas-metragens de Resnais: “travellings”, música, voz “off”, montagem ao serviço não do belo mas do “justo”, nas palavras de Serge Daney. Resnais mostra, pela primeira vez, imagens dos campos de concentração nazis, articulando arquivos a preto-e-branco que expõem os vestígios insuportáveis da barbárie humana, e imagens recentes a cores que mostram natureza pronta a reconquistar terreno. Ainda hoje, “Nuit et brouillard” constitui um pesado, mas necessário, legado de responsabilidade e de luta contra o esquecimento para as gerações futuras.

Bárbara Janicas

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